Quando tratamos da prescrição de modo geral, os problemas envolvidos na sua elaboração e no seu efeito prático na vida dos usuários dos sistemas de saúde podem nos assustar. Algo considerado de antemão uma das ferramentas úteis mais utilizadas nos tratamentos de doenças e transtornos traz consigo uma enormidade de problemas e causa confusão no seu acolhimento tanto por profissionais farmacêuticos, especialista em decifrar os mais estranhos e indecifráveis garranchos, imagine isso como meio de orientação ao paciente que por meio dela realizará seu tratamento. Essas nuances da problemática da constituição das prescrições não termina e depende sempre da compreensão do próprio profissional prescritor do que realmente julga necessário para o trabalho de elaboração da farmacoterapêutica a ser aplicada a cada usuário. Assim, quando colocamos o farmacêutico nesse processo como prescritor, de certa forma, considerando a sua expertise no entendimento e atendimento de prescrições, não seria um desafio intransponível a ele. Mas na prática, verifica-se que as mesmas dificuldades e limitações encontradas em prescrições de outros profissionais mais afeiçoados a essa prática, podem apresentar-se também nas prescrições farmacêuticas. Assim, antes de ser um avanço, necessita de um maior preparo, até mesmo para colegas com muito mais experiência na orientação e indicação farmacêutica. Os desafios podem ser gigantescos ao ponto de que nem mesmo por força de norma podendo gerar o direito, o profissional farmacêutico ficará imune das prerrogativas e ônus da elaboração de prescrição farmacológica e não farmacológica. A formação em si estimula essa prática e vemos diversos atores incumbidos de garantir a difusão desse ato nos processos de intervenção farmacêutica. Mas temos outros profissionais já habituados e detentores da prática da prescrição no mercado e a nossa entrada nesse nicho desperta muitas vezes discórdias e um sentimento de perda de espaço. Muitos artigos já li que outros profissionais desacreditam na nossa capacidade como categoria profissional de emitir uma receita de medicamentos. Se formos analisar caso a caso essa premissa pode ter validade pois depende de como cada farmacêutico dispõe dessa ferramenta nos cuidados farmacêuticos e quais conhecimentos e expertises possui no momento de sua elaboração. Se o mesmo não tem o preparo suficiente ou copia hábitos já denunciados como incompletos ou coberto de vícios dos prescritores já experientes, temos assim um desafio tão imenso que servirá de prova cabal de nossa incapacidade de adentrar nessa prática. Temos um caminho que necessita ser pavimentado a todo tempo e os estudos de casos servem como meio para entender o desafio que é buscar atender as demandas impostas no cotidiano a nós profissionais. Os nossos representantes da profissão tem lutado e incentivado por meio de normas e ensino a determos mais conhecimentos, expertises para a prática sempre correta e coerente com as necessidades de nossos usuários dos sistemas públicos e privados de saúde que adentram em nosso espaço de intervenção farmacêutica. Vamos contornar esses desafios nada convencionais com dedicação e empenho pessoal e também como categoria profissional para que a prática nos conduza a um patamar superior e traga mais confiança e apreço pelas prescrições elaboradas pelo profissional farmacêutico.
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