O ÔNUS DE SER PAI ALÉM DE FARMACÊUTICO NOS TEMPOS ATUAIS
- Resenha Farmacêutica
- 14 de ago.
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Passado o dia dos pais e vendo como as coisas fluem, fiquei analisando o como deve ser difícil ser homem, pai e profissional da saúde nos dias de hoje. Considerando a realidade de mulheres e mães que pela necessidade ficam afastadas de sua prole tendo que gerir o seu tempo na tentativa de não deixar furos, os pais ficam naquele limbo de que sua presença e seu papel são diminutos na função paterna segundo alguns que pensam e fazem girar a roda pois as mães suprimem, e tentam, mas não são as super heroínas do DC e nem da Marvel nessa labuta. Os filhos ficam à mercê das babás digitais, cheios de atividades para completar o tempo que resta do dia. Nem as mães, com todo seu esforço, e nem os pais que para os empregadores não precisam cuidar e proteger os filhos, e assim temos crianças, adolescentes e jovens carentes dos papéis necessários para sua formação e de cuidados essenciais. As cobranças quando as coisas fogem da dita “normalidade” caem no colo e pagam um preço exorbitante. Os pais, desde o nascimento dos filhos possuem uma licença ínfima insuficiente para ajudar a mãe nos cuidados e em situações em que uma figura de força e altiva possa ser necessária e será sempre. Após esse momento as consultas necessárias, vacinações e outros momentos em que poderia estar presente tem sua presença reduzida ou zerada pois alguns empregadores não entendem a necessidade do momento, sobrecarregando a mãe e outras pessoas próximas ou da família. Em eventos escolares geralmente em dias de semana não tem liberação para participar, inclusive no dia dos pais em que ele é o protagonista de seus filhos. Ser farmacêutico num contexto em que o indivíduo fica preso na farmácia é um ônus exaustivo e cruel pois se a sociedade busca que crianças e adolescentes tenham uma ambiente saudável e justo deveria pensar nas soluções e diminuir as tensões existentes, mas na prática, o desrespeito ao papel paterno se solidifica e quem necessita cuidar e proteger fica melindrado ou impedido de tal exercício. O peso da criação dos filhos pesa sempre pro lado materno e se há pais que querem participar e contribuir ativamente para isso sofrem discriminação latente e legal no enfrentamento do seu papel social. Pais farmacêuticos cuidam dos filhos dos outros e quando chega a sua hora tem cerceado seus direitos, é visto que sua presença é desnecessária, a mãe pode realizá-lo melhor, coisas absurdas desse tipo. E por causa de histórias desastrosas de homens que não foram pais mesmo, outros pagam o preço e assim uma bola de neve rola tornado esse dia esvaziado do sentido original. Nada de ideologismo devemos impor a outros, pois não só de experiências negativas vivemos e outros viverão as suas se for o caso, sendo que o dia tem seu significado e vivê-lo ou deixando os outros o comemorarem já é o bastante. Tem muitos homens comprometidos com a causa paterna e o resgate pode ser um ponto favorável para fortalecimento do caráter e da estima de futuros homens e mulheres. A formação do papel de pai necessita sempre do comprometimento de quem irá assumi-lo. O homem trabalhador, em qualquer área, passa pela experiência de ter um tempo diminuto e necessita qualificá-lo para se inserir na sua paternidade. A sociedade necessita também fomentar esse papel criando situações e mecanismos mais formativos e de apoio para a inserção deste homem como pai. Apesar da formação atual de famílias incompletas, esse papel de pai não se esgota, necessita preencher lacunas e ocupar espaços para melhor realizar os seus cuidados com a prole. O farmacêutico pode ficar perdido com o que está sendo oferecido a ele quando buscar cuidar de seus filhos mas não pode esmorecer diante das realidades. Necessitamos ocupar esse espaço em todos os momentos e lutar pela garantia de poder cuidar da prole. Não queremos o espaço das mães pois esse é delas, queremos o nosso de pais e cuidadores dos nossos filhos.
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