NA TERRA DA COP-30 COMO ANDA A NOSSA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: DEFICIÊNCIAS E LIMITES
- Resenha Farmacêutica
- 20 de mar.
- 3 min de leitura

Em novembro de 2025 em Belém do Pará teremos a COP-30 reunindo países e pessoas na discussão dos desafios das mudanças climáticas em todo o globo terrestre e medidas a serem tomadas ou implementadas. Em face dessas discussões e passando um pente fino vemos que nossa cidade de Belém e o nosso Estado do Pará possui uma infraestrutura deficiente em várias áreas desde a malha rodoviária, os modais de interligação, a rede de hotelaria, iluminação pública, a qualidade da água potável e até mesmo no sistema de saúde tanto público como complementar entre outras coisas.
Dependendo da estrutura muitas unidades municipais de saúde não tem muito a oferecer para atendimento da população e adentrando nelas seus Serviços de Farmácia funcionam precariamente sendo estruturados em espaços minúsculos, com prateleiras muitas delas enferrujadas, tendo sistemas de refrigeração incompatíveis com as demandas de armazenamento de medicamentos e insumos técnicos, refrigeradores sem capacidade de guarda dos termolábeis além de problemas relacionados a rede de internet e os equipamentos de informática muitos deles obsoletos para as demandas de trabalho que operam sistemas informacionais para controle de estoque e registro de atendimento de usuários.
Quando consideramos a prerrogativa do profissional farmacêutico de garantir o acesso aos medicamentos e produtos em saúde a situação se agrava e muito. O desabastecimento ocorre de modo que não sobram perspectivas de retomada da dispensação aos usuários. O fluxo proposto não sustenta a cadeia logística prejudicando a programação mensal dos pedidos e o feedback não é claro: não há respostas sinceras para os gargalos e faltas que já não chegam nem perto de pontuais. Vários programas de saúde ficam esvaziados de insumos para atendimento. As operações de logística carecem de procedimentos e fluxos elaborados e conduzidos por profissionais capacitados para tal. O reabastecimento torna-se assim um problema sem solução próxima ou capaz de mitigar as deficiências da falta de produtos. Na base dessa situação, profissionais farmacêuticos convivem com a reclamação perene e às vezes até rude dos usuários que estão à mercê dessa situação para seus tratamentos por dificuldade de obtenção dos medicamentos devido ao alto custo e carestia. Na maioria dos casos essa prática de parar o tratamento é prejudicial à própria saúde do paciente que trata doenças crônicas e dependem do uso contínuo no intuito de evitar e/ou reduzir a ocorrência de outros agravos que podem comprometê-lo mais ainda podendo até ser fatal. As unidades podem até operar com muitos profissionais para atendimento das demandas da falta de saúde, mas quando se propõe alternativas de tratamento que envolvam medicamentos e/ou insumos de saúde fica complicado a vida do farmacêutico. Ele fica entre os extremos dessa roda vida pois tem muitas receitas para atender e poucos recursos para dispensar deixando usuários sem o acesso devido.
Esse limite imposto ou condicionado pela situação atual não vem de agora, já se encontra e a cada momento vai se agravando sem que os gestores tenham uma solução a curto ou médio prazo e tendo as estratégias e operações não as compartilham a quem está recebendo todas as demandas e frustrações dos pacientes e seus familiares. Em suma, um evento de tal magnitude na base com relação a saúde está bem distante do que seria o essencial e realizável comprometendo não só a saúde da população já deixada de lado, mas os outros atores que estarão presentes em nossa terra…
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