A VIDA INTERROMPIDA DOS HERÓIS ANÔNIMOS EM BALCÕES DE FARMÁCIA: MISSÃO OU OMISSÃO
- Resenha Farmacêutica
- 6 de mar.
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A finalidade da atuação do profissional farmacêutico vem da nossa capacidade de doação dos conhecimentos e habilidades técnicas em prol do acesso e ao uso racional de medicamentos junto aos usuários dos serviços de saúde. Isso não vem por acaso e é uma construção baseada nas potencialidades e possibilidades inerentes a cada homem e mulher no campo das ciências farmacêuticas. Tudo se aprende e depende do próprio indivíduo na sua relação com os conhecimentos e no fomento de táticas e técnicas desenvolvidas durante seu aprendizado tanto teórico como prático. Assim sendo colocado em ambiente farmacêutico deverá utilizar de suas teorias, habilidades e práticas acadêmicas em prol do desenvolvimento de seu trabalho junto aos colegas de trabalho, pacientes, familiares ou acompanhantes, em suma com a sociedade. Essa relação conforme o tempo e sua dedicação irá lhe imputar resultados melhores e maior precisão nas suas decisões e intervenções farmacêuticas. Isso acreditando que a formação acadêmica prestada pelo instituto de educação superior será suficiente e adequada para o sustento de seus conhecimentos e práticas profissionais. No dia a dia porém as necessidades dos usuários dos sistemas públicos e complementares tendem a crescer de tal modo que as competências e capacidades do profissional além do número de farmacêuticos necessita acompanhar esse cenário atual. Na prática isso não vem acontecendo e esses profissionais ficam à mercê da própria sorte e de discursos vazios e sem conexão com a realidade vivida. Assim, situações de grande pressão e estresse são práticas corriqueiras no cotidiano desse profissional e da equipe de trabalho que o acompanha. Em estabelecimentos comunitários privados a situação beira a ser caótica pois além das pressões a que são submetidos no atendimento ainda levam desaforo de seus contratantes na busca pelo aumento nas vendas e maiores incrementos nos lucros. A que soluções são buscadas pelos nossos representantes profissionais que de fato possam modificar a situação exposta anteriormente. Há variados relatos privados e até mesmo noticiados pelos veículos de comunicação de casos absurdos em que profissionais no balcão literalmente tem suas vidas ceifadas. Ficam expostos, pois no seu peito não há colete a prova de balas e nem pode porque não são agentes de segurança pública no momento do incidente apenas profissionais de saúde com seu jaleco branco no exercício do húmus de farmacêutico. As anuidades e taxas continuam a ser pagas, sei que não há obrigação de nossos conselhos pagarem por seguranças privados para cada um de nós, isso nem pode e seria um imenso absurdo cobrar. Os estabelecimentos deveriam ter profissionais incumbidos desse trabalho, mas como é oneroso e também perigoso porque há a possibilidade de ter suas armas roubadas durante o exercício profissional muitas empresas não contratam esse tipo de serviço. O que fazer? Vamos continuar a ficar expostos sem nenhuma condição de segurança? Quando se está seguro em seu gabinete isso nem passa pelos pensamentos de muitos. Se colocar no lugar do outro já ajudaria em muito na busca de soluções práticas, sem demagogias e discursos ao vento. Ninguém sai de sua casa com motivação de não voltar e ser submetido a um risco letal. São os nossos heróis anônimos, sem gabinetes, sem estrelas lutando pelo seu pão de cada dia submetido a pressões injustas muitas das vezes, buscando facilitar o acesso e o uso racional de medicamentos, atuando com todas as suas forças e vontade, se atualizando, a cada momento salvando como pode pessoas e cuidando de suas necessidades de saúde. Quem irá nos defender? A missão deles não é levar tiros, e sim cuidar das pessoas. Pela omissão de alguns muitos podem perder a esperança e quiçá a vida…
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