As profissões e profissionais da saúde têm passado dificuldades considerando que as atuais mudanças nos paradigmas sociais vem colocando em xeque sua relação com os atores que necessitam prontamente de seus cuidados e daqueles que querem ter a exclusividade no atendimento nos sistemas tanto públicos quanto privados. Há uma necessidade imposta por grupos e organizações sociais de que os olhares, a atenção e os cuidados necessários devem focar em seu objeto de luta. A saúde antes de tudo passa por todas as demandas e tem aquelas que precisam de atendimento para ontem pois pode custar a vida de pessoas se não houver urgência e agilidade de cuidados e estrutura. O profissional farmacêutico não fica de fora nesse momento. Cada um escolhe para si o que defender e lutar mas a realidade pode ser mais dura e tocar a todos quando está bem na nossa face. As escolhas subjetivas não podem nos cegar a ponto de não acolhermos quem depende das nossas intervenções e cuidados no momento em que se apresentar. Não há possibilidade de atuarmos somente em gabinetes e atrás de mesas com um olhar limitado sobre o que atinge a todos. A especificidade e as especialidades são interessantes quando há o compartilhamento de trabalho entre profissionais tanto farmacêuticos como outros da saúde em prol do atendimento das demandas e cuidados. Mas quando só queremos enxergar o que nos convêm e que nos destaca com relação a grupos e a sociedade, nossa capacidade de crescimento profissional e interpessoal fica estagnado. O farmacêutico não tem a premissa de escolher paciente quando este o busca em estabelecimentos de saúde e não há ganho nisso e nem se deve tomar essa atitude. Não somos agentes políticos e sim profissionais da saúde e quando agimos em prol de nossas próprias necessidades perdemos o que temos de mais valioso, o respeito à vida e ao próximo. Quem quiser utilizar a política partidária para lutar por melhorias tanto para profissionais farmacêuticos e a população que necessita de um sistema forte e atuante na saúde pode ajudar em muito a todos, mas se quiser a autopromoção e cabides de poder está no local errado do balcão e da história. “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8,34).
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